Melhor série de 2017, “Sob Pressão” manteve o posto com louvor em 2018

Maior surpresa da Globo ano passado, “Sob Pressão” arrebatou telespectadores e crítica com a rotina dos médicos Evandro (Júlio Andrade) e Carolina (Marjorie Estiano) em um hospital público. A série foi uma adaptação muito bem-sucedida da emissora, que pela primeira vez não dividiu o filme homônimo — baseado no livro de Márcio Maranhão (“Sob Pressão – A Rotina de Guerra de um Médico Brasileiro”) — em quatro ou cinco partes, como costuma fazer quando transforma um longa em seriado.

Foram 11 episódios irretocáveis. Houve uma preocupação em seguir desenvolvendo a relação dos protagonistas —- que se casaram em uma cerimônia que não durou nem dois minutos porque logo foram chamados para um atendimento —-, emocionar com novos casos médicos importantes e expor um novo drama do sistema precário de saúde: a corrupção. Fernanda Torres e Humberto Carrão entraram para o elenco e seus personagens foram o retrato da podridão do país.

Claro, em meio a tantas cenas fortes, Marjorie e Júlio brilharam ainda mais e mostraram novamente como essa série é bem protagonizada. Não dá para imaginar a história sem eles.

Vale aplaudir também o trabalho impressionante na sequência da queda do ônibus do viaduto, após o disparo de um assaltante no motorista. Os efeitos especiais e a direção precisa fizeram toda a diferença. O mesmo vale para a cena do resgate de um paciente com obesidade mórbida de um apartamento por meio de um guindaste. Ficou visível que os investimentos na série aumentaram em virtude do sucesso. Sorte do público.

E os dramas paralelos também se mostraram emocionantes, sempre concluídos com uma sensibilidade ímpar. Os avisos ao final de cada episódio seguiram como ótimos alertas, mesclando ficção e realidade com inteligência.
“Sob Pressão” segue com uma qualidade inquestionável e pena que já tenha chegado ao fim. As 11 semanas passaram muito rápido.

Fonte: De Olho nos Detalhes