Nunca faltaram dramas humanos nas séries médicas. Mas a crise do coronavírus tem feito com que roteiristas em quarentena repensem suas tramas para representar este “novo normal” na ficção. É o desafio que se impôs ao roteirista David Renaud, de “The good doctor”, sucesso da americana ABC exibido no Brasil pelo Globoplay, e a Lucas Paraizo, redator-final de “Sob pressão”, da Globo. Os dois participam nesta segunda-feira, às 14h, de painel no Rio2C @ LIVE, conferência virtual que reúne mais de 100 palestrantes de áreas como audiovisual, música e inovação até a próxima sexta-feira.
Seguir trabalhando mesmo contra a corrente é algo que faz parte das rotinas dos profissionais de saúde brasileiros que atuam no sistema público. Essa é justamente uma das premissas de “Sob pressão”, série da Globo que estreou em 2017 na TV, e agora se encaminha para uma quarta temporada. Estrelada por Júlio Andrade e Marjorie Estiano, a produção é derivada do filme de 2016 de Andrucha Waddington, que por sua vez adaptou o livro “Sob pressão: A rotina de guerra de um médico brasileiro”, do cirurgião Marcio Maranhão.
Se a situação da saúde pública no Rio de Janeiro já era alarmante, a crise ganhou uma nova dimensão com a chegada da pandemia. Junto com sua equipe, Paraizo atualmente reflete sobre como incluir o coronavírus na trama da quarta temporada.
— A quarta temporada vem trazer alento. Se a gente não consegue resolver na vida real, que pelo menos façamos na ficção. Agora que a distopia virou realidade, o que a dramaturgia pode fazer é trazer novas utopias. Não podemos deixar de ser críticos, mas podemos promover uma revisão de valores, fazer o telespectador repensar o que é fundamental na vida dele — encerra.